“a morte quase banal de um homem quase comum”
um homem sentado na escuridão do seu pijama
enquanto a morte se atrasa mas espreita pelas cortinas
através de olhos de festim como pústulas envelhecidas.
e o homem sentado sobre o genuflexório da sua alma
espera a morte na cama tal qual catarata noturna
que se atrasa sorrindo em sangue entre os dentes
conforme a louca suicida disse certa vez.
o homem transpira pensamentos incompletos sobre seres completos
(seres ausentes ou, pelo menos, seres incompletos com astúcia)
enquanto luas e estrelas esparramam-se sobre seu calção frouxo
e de seus dedos brotam as sempre reticentes palavras de formol.
o homem então se vira, pede licença à areia dentro dos olhos
e toma um gole nauseabundo do seu suco de uva reumático,
pensando em artroses e desavenças passadas em panos de prato sujos
sobre a mesa esquecida do dia de ação de graças.
o homem toma o suco direto da caixa
e recorda-se de uma vagina toda raspada, de outros tempos
como se fossem outras vidas, pensa no poeta que morreu de “insulto cerebral”
e, em seguida, lembra do momento mais penoso do seu último dia,
quando, além dele, duas pessoas foram hipócritas e educadas,
sorridentes ao mesmo tempo no vácuo fúnebre do elevador de porta pantográfica
como os dentes que ficaram de herança para os germes nos dentes postiços
como hienas invisíveis dentro do copo d’água, indiferente à noite que não acabaria.
Leo Marona.
um homem sentado na escuridão do seu pijama
enquanto a morte se atrasa mas espreita pelas cortinas
através de olhos de festim como pústulas envelhecidas.
e o homem sentado sobre o genuflexório da sua alma
espera a morte na cama tal qual catarata noturna
que se atrasa sorrindo em sangue entre os dentes
conforme a louca suicida disse certa vez.
o homem transpira pensamentos incompletos sobre seres completos
(seres ausentes ou, pelo menos, seres incompletos com astúcia)
enquanto luas e estrelas esparramam-se sobre seu calção frouxo
e de seus dedos brotam as sempre reticentes palavras de formol.
o homem então se vira, pede licença à areia dentro dos olhos
e toma um gole nauseabundo do seu suco de uva reumático,
pensando em artroses e desavenças passadas em panos de prato sujos
sobre a mesa esquecida do dia de ação de graças.
o homem toma o suco direto da caixa
e recorda-se de uma vagina toda raspada, de outros tempos
como se fossem outras vidas, pensa no poeta que morreu de “insulto cerebral”
e, em seguida, lembra do momento mais penoso do seu último dia,
quando, além dele, duas pessoas foram hipócritas e educadas,
sorridentes ao mesmo tempo no vácuo fúnebre do elevador de porta pantográfica
como os dentes que ficaram de herança para os germes nos dentes postiços
como hienas invisíveis dentro do copo d’água, indiferente à noite que não acabaria.
Leo Marona.


4 Comments:
At 3:55 PM,
leonardo marona said…
peço desculpas aos leitores. o texto ficou uma merda, porque a medida do texto não coube no espaço do site, de modo que ficou horrível e sem sentido formal algum.
At 4:55 PM,
leonardo marona said…
além do que o poema era pra ser dividido em cinco estrofes e não num único bloco contínuo... mas deixa pra lá.
At 2:05 PM,
Anônimo said…
Foi mal, Leo. Eu publiquei a partir do visualizador do gmail que altera a formatação original. Só agora que percebi isto. De agora em diante, farei o download antes de publicar. Vê se assim está correto. Abraços.
At 5:31 PM,
leonardo marona said…
beleza pura, joãozinho! só não entendi porque a palavra "nauseabundo" está em destaque. é por que é uma bela palavra? eu acho que é...
beijo grande.
L.M. Auden Jr.
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