“Otelo”
querer o que não se pode dar.
querer tudo, demais, para sempre.
depois nunca mais querer nada.
querer nunca como se melhor não ouvir a voz.
rejeitar o que nos espelha à superfície
dos olhos nas estátuas decapitadas.
almejar pureza, forçar pureza como virtude.
mas que vagos poros pontuam os corpos sonâmbulos?
que hora exata de sede é essa: de se olhar no espelho
ao fim de uma noite de prevaricações?
e logo depois a náusea de ter sede alguma.
ter o que não é possível denominar.
apropriar-se em sangue das ofensas emudecidas.
a compaixão por aceitar a própria indiferença.
o enterro da semente não plantada.
Leo Marona.
querer o que não se pode dar.
querer tudo, demais, para sempre.
depois nunca mais querer nada.
querer nunca como se melhor não ouvir a voz.
rejeitar o que nos espelha à superfície
dos olhos nas estátuas decapitadas.
almejar pureza, forçar pureza como virtude.
mas que vagos poros pontuam os corpos sonâmbulos?
que hora exata de sede é essa: de se olhar no espelho
ao fim de uma noite de prevaricações?
e logo depois a náusea de ter sede alguma.
ter o que não é possível denominar.
apropriar-se em sangue das ofensas emudecidas.
a compaixão por aceitar a própria indiferença.
o enterro da semente não plantada.
Leo Marona.
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