“...a vida, Senhor Visconde, é um pisca - pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
Monteiro Lobato, “Memórias de Emília”, 1936.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
Monteiro Lobato, “Memórias de Emília”, 1936.
4 Comments:
At 4:31 PM,
natércia pontes said…
bravo, bravíssimo!
At 12:55 PM,
Anônimo said…
Monteiro Lobato era sinônimo de dias chuvosos nas ferias de verão em Arraial do Cabo. Eu queria ser o Visconde. Isso até ele resolver abrir um poço de petróleo na Amazônia, livro tão chato q resolvi ler a bíblia. Melhor temática impossível para literatura infantil: Genesis, Apocalipse, pisca-pisca sabugoso. Chovia pouco em Arraial.
At 11:03 PM,
leonardo marona said…
pedro, vc é um genio.
At 5:16 PM,
natércia pontes said…
é mesmo, um gênio!
beijos paratodos os fluminenses diletos
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