A rotina tem seus encantos

quinta-feira, setembro 28, 2006

casal pula da ponte em nome do amor proibido”

cobrei dos teus olhos o que

não cobraria da tua alma.

lá fora o vento é de água,

fraco como a memória.

restam apostas ganhas

perdidas nos bolsos.

estamos sozinhos

agora que somos

a cor da junção.

e isso é tudo:

você e eu.

e lá fora

peixes

azuis.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Duas cadeiras
na terceira fileira
persistem.



João. 2006, 23 de setembro.
Amigos e colaboradores,

conforme à vontade dos nossos ausentes, Luiz e Ricardo, estou assumindo a responsabilidade pelas publicações neste blog. Espero contribuições de todos vocês para manter vivo este espaço de diálogo. Para aqueles que não sabem, meu endereço é: jadduarte@gmail.com

abraços,

João.

sexta-feira, setembro 08, 2006

“As mulheres não estão totalmente erradas quando rejeitam as regras de vida que são introduzidas no mundo, pois foram os homens que as fizeram, sem elas. Há naturalmente rixa e arrelia entre elas e nós, mesmo a mais estrita concordância que tivermos com elas ainda será tumultuosa e tempestuosa. Na opinião de nosso autor, tratamo-las sem consideração nisto: depois de termos reconhecido que são, sem comparação, mais capazes e ardentes do que nós nos feitos do amor, e que aquele sacerdote antigo (Tirésias) assim atestara, ele que fora ora homem ora mulher, venus huic erat ultraque nota (“ele que conhecia Vênus em suas duas formas” Ovídio, Metamorfoses) e, ademais, depois que ouvimos da própria boca deles a confirmação que deram em diferentes séculos um imperador (Próculo) e uma imperatriz (Messalina) de Roma, mestres-se-obra e famosos nessa tarefa - ele deflorou numa só noite dez virgens sármatas, sua cativas; mas ela efetivamente atendeu em uma noite a vinte e cinco cometimentos, mudando de companheiro de acordo com a sua necessidade e gosto;” (Montaigne, Ensaios, Livro III, cap. V).

enviado por João Duarte.

quarta-feira, setembro 06, 2006

“madrugramática”

quem vai em algum lugar,
vai para ficar...
quem vai a algum lugar,
vai para passeio...
quem vai a e volta da, crase pra cá,
quem vai a e volta de, crase pra quê?
a idéia é corrigir os nosso erros
a partir da reflexão sobre eles,
disse
o professor com voz de vinho
no rádio a uma da madrugada
enquanto o gato craseava a gata
no telhado circunflexo de zinco.

Leo Marona
“As abelhas da espécie sôsitintu sempre vão
olhando. As mulheres viraram e ficaram olhando
para onde as abelhas têm sua colméia”.

(Tradução aproximada de canto dos índios Suyás por Anthony Seeger)

enviado por João Duarte.